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Em discurso na tribuna da Câmara de Frutal, vereadora Maíza destaca importância do "Dia da Consciência Negra"

No dia 20 de Novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra. Nessa data, ainda que já tenha sido incluída no calendário escolar e traga oportunidades para conversas importantes sobre a história dos negros no país, não é feriado em todo o território brasileiro.
Dos 5.570 municípios, pouco mais de mil decretaram a data como feriado. Um deles é Frutal. E isso, graças a Lei nº 6.353, de 27 de março de 2018, de autoria dos vereadores Maíza Signorelli Nunes e Wesley Antônio de Oliveira e sancionada pela ex-prefeita Maria Cecília Marchi Borges (Ciça).
Conforme explica Maíza, que na terça-feira (16) usou a tribuna livre na reunião da Câmara para falar sobre o assunto, o Dia da Consciência Negra foi instituído em âmbito nacional pela Lei 12.519, promulgada em 2011. Dois anos depois, a data foi incluída no calendário escolar.
A origem do Dia da Consciência Negra está ligada aos esforços dos movimentos sociais para evidenciar as desigualdades históricas que marcaram as populações negra e parda no país.
O dia 20 de novembro marca a data da morte de Zumbi dos Palmares (1655-1695), um escravo que foi líder do Quilombo dos Palmares e que morreu defendendo sua comunidade. O local simbolizou a luta dos negros por seus direitos, contra a escravidão.
Quem foi Zumbi dos Palmares?
Os quilombos eram agrupamentos populacionais formados por escravos foragidos de fazendas coloniais. Nos quilombos, muitas vezes escondidos em meio à mata, os ex-escravos organizavam suas vidas para garantir sua subsistência e tinham liberdade para reproduzir livremente a cultura de seus ancestrais africanos – ao contrário de seguir os preceitos da Igreja Católica.
Em 1600, escravos que haviam fugido dos engenhos de açúcar de Pernambuco fundaram, na Serra da Barriga, no Alagoas, o Quilombo dos Palmares. O local chegou a congregar 30 mil pessoas.
Em 1644, os holandeses falharam em sua tentativa de invadir o quilombo. Dez anos depois, os holandeses foram expulsos da região pelos portugueses.
Zumbi foi o último líder da República dos Palmares. Nasceu em 1655 no quilombo, mas ainda criança foi aprisionado por colonos portugueses e dado ao padre Antonio Melo, que o batizou como Francisco.
Ele conseguiu retornar anos depois para os Palmares, no período em que o governo da Capitania de Pernambuco negociava com as lideranças quilombolas que se submetessem à Coroa Portuguesa.
O quilombo dos Palmares era então comandado por Ganga Zumba. Zumbi se opôs à decisão de ceder aos portugueses. Com a morte de Ganga Zumba, ele assumiu o comando dos negros foragidos em 1680 e esteve à frente da comunidade até 1694.
Nesse período, o quilombo foi atacado várias vezes por grupos de bandeirantes, até ser destruído. Zumbi foi caçado, morto e sua cabeça cortada e exibida em praça pública.
A escravidão no Brasil só teria fim em 1888, com a Lei Áurea, cerca de 193 anos após sua morte.
Nos anos 1970, organizações começaram a utilizar a data de 20 de novembro para refletir sobre o legado da escravidão no Brasil.
Essa reflexão levantou debates sobre a valorização da cultura negra e sua contribuição para a história brasileira, além de servir como modelo de resistência e luta pelos direitos dos negros.

 

EDITAL SUSPENSO - ANEXO

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